Pedalar...

PEDALAR, CINEMA INTERATIVO 360°
A BICICLETA E OS QUATRO ELEMENTOS DA NATUREZA NOS CHAMANDO PARA A VIDA

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Cicloviagem Solo Santos a Ilhabela - 2017



Meninas, mulheres e até vovós como eu poderão se aventurar no Circuito Costa dos Fortes - Costa Verde, do litoral norte paulista.


Empoderem-se! Peguem suas bicicletas e partam rumo à liberdade!


É necessário auto-confiança, algum conhecimento de mecânica de bikes, força e coragem para dar a primeira pedalada um pouco longe da zona de conforto.

 
Fui só e apesar de ser inverno, a temperatura estava agradável.







Já saí de Americana  com uma pequena mochila contendo os objetos mais importantes e um lanche,   pra chegar em Santos e pedalar os 50 quilômetros até Bertioga sem precisar parar, pois nem sempre é fácil deixar a bike sozinha para comer e trocar de roupa.  
 
Adoro viajar de bicicleta pelo litoral! É rápido e o visual é tão bonito que a gente fica parando a toda hora para contemplar e sentir a maresia. Sinto-me totalmente integrada e respeitada como ciclista.

Em Santos a gente sai da rodoviária, pega a ciclovia, se mistura e vai embora, sem problema algum.










 E foi assim : 


Primeiro dia: Viação Piracicabana de Americana a Santos ➡ Rodoviária ➡ Ciclovia ➡ Ciclovia da Orla ➡ Balsa para o Guarujá ➡ Ciclovia do Guarujá - Bertioga (54km)


Santos-SP

Passando no Guarujá pela hora do almoço, com dia bonito e temperatura agradável, segui rumo à balsa que faz a travessia até Bertioga. No caminho, porém, precisamos atravessar o "famigerado" Perequê, local mal afamado e - dizem - perigoso para ciclistas.



Todo mundo que conversei falou que era perigoso passar por lá. Mas - gente! eram três horas da tarde, e nem eu nem a bike chamávamos atenção! 

Mesmo assim foi um pouco tenso, não nego. O Luis Campos falou que eu era destemida por atravessar o Perequê sozinha; a Denise Vida me deu alguns conselhos e confirmou que o lugar era sinistro. E até o policial militar que encontrei na primeira praia que parei no Guarujá disse que seria bom evitar. Mas, como eu disse que não iria mudar o trajeto, me aconselhou a "socar a bota". 
Fui seguindo pela orla da praia só observando o movimento, para não ser pega de surpresa, como aconteceu certa vez na Praia Grande.
Cheguei numa avenida, que terminou numa Estrada Parque. 











Pra ser sincera, principalmente no bairro do Perequê, as pessoas me cumprimentaram com um sorriso no rosto.

Foi um alívio e a única preocupação que tive nesse ciclotour. 


É óbvio que não tenho fotos do Perequê...rsrs...















A pedalada foi muito rápida e o cheiro da mata, das flores me deixaram animada. 


Cheguei na balsa por volta das cinco da tarde. 


Um vento frio me alcançou, o suor gelou e a bateria do celular acabou. 


Orla de Bertioga

Pouco antes do Parque dos Tupiniquins, encontrei uma pousadinha e caí pra dentro, tratando logo de avisar os amigos que me acompanhavam através da internet, preocupados com a travessia do Guarujá: tava tudo bem, tudo lindo. 

Tem ciclista que gosta de aventura. Eu adoro me aventurar, mas gosto ainda mais de me sentir segura nas aventuras que faço, muito embora este circuito seja tão fácil que requer muito pouca preparação.

Segundo dia : Bertioga ➡ Maresias (90km)






Não sei quantos quilômetros tem a ciclovia da orla de Bertioga, mas não são muitos. Muitos eram os cães na praia (rsrsrs...).
Lembro do silêncio que me envolveu ali. 



A dica da Denise Vida, informando ser possível ir pela praia até a Riviera foi perfeita. Foram momentos deliciosos de solitude e beleza pedalando pela areia dura. 































A Riviera é um bonito lugar, muitíssimo bem cuidado, mas a praia não tem encantos. 

































Chegando na Rio-Santos pedalei com tranquilidade e alegria, esperando encontrar o amigo Luis pelo caminho. E foi perto de Boracéia que ele me acenou. Sentamos num bar à beira-mar para trocar umas idéias e ele me sugeriu seguir pela praia. 
























































Praia de Boracéia














O dia estava lindo, o céu muito azul e dentro de mim, paz e felicidade. 



Em algum ponto de Boracéia precisei voltar para o asfalto.


Existem muitos rios nessa região e cada um dá nome à uma praia e à uma comunidade: rio Boracéia, rio juquehy, rio guaecá, rio maresias, rio paúba, entre outros.

















Seguindo em frente, com a Schwinn muito rápida, entrei na Juréia e aproveitei a sombra para descansar e comer. 




Depois, sem pressa alguma, entrei em Barra do Una, mas a areia da praia era fofa demais para pedalar. 



Se eu tivesse prestado atenção no mapa, teria visto que era possível seguir pela estrada de terra até Cambury, mas não vi e voltei para a estrada. 



Após a Barra do Una, tem a subida da Barra do Sahy e de Cambury. 


































Uma dor na mão direita chamou a atenção e tive que seguir em frente administrando o incômodo, pensando que teria de chegar em Maresias e trocar o guidão.


Na descida de Boiçucanga me dei conta da segurança do freio à disco. A Schwinn tem V-Brake e, apesar de ser bom, nem se compara! 


Boiçucanga

Cheguei na praia e a bateria do celular zerou. É um saco isso!

Parei num quiosque e pedi para dar uma carga enquanto tomava um açaí pois não queria perder a gravação do Strava na subida da serra. 

Tudo certo pra seguir em frente, bora lá encarar a já conhecida serrinha. São três quilômetros de subida, mas é uma subida dura e com a bike pesada, o jeito foi empurrar. Mesmo assim, consegui pedalar até a entrada para a Praia Brava.




A descida foi tensa: fiquei preocupada com os freios, que são muito exigidos. As sapatas gemeram alto.


 
Cheguei em Maresias por volta das quatro da tarde e muito bem disposta, tirando a dor na mão. 


Maresias

A amiga Lu me recebeu com muito carinho, como sempre.









Dia 30/08/2017 - Maresias



Depois de colocar a conversa em dia com a Lu, que me acomodou em sua casa com o melhor do seu coração, demorei a pegar no sono. Sabe quando a gente tá acelerada? 



No dia seguinte saímos pra dar um rolê. Quis visitar sua majestade, o Jequitibá.




A melhor bicicletaria de Maresias é muito simples, não tinha o guidão que eu precisava e a pessoa que me atendeu não estava nos seus melhores dias, de modo que não resolvi meu problema e tomei um dorflex mesmo (rsrsrs).


Vou passar o dia aqui, tá bem sol, calor.





Passei a tarde na praia quase sozinha, olhando o mar, assimilando a energia da natureza, tentando me desmisturar das outras pessoas e encontrar o Pai dentro do coração.


Muita paz.


Dia 31/08/2017, quinta-feira.


Se ontem o dia estava lindo, teve um por do sol bacana e noite bonita, hoje amanheceu com garoa e frio e precisei ficar. Coisas do litoral.
 
Mudança de planos.


Fomos pra Boiçucanga, almoçamos lá e na volta passamos no Instituto  Gabriel Medina para conhecer.



À noite fizemos um jantarzinho delicioso. A Lu me trata tão bem que fico até comovida, mas amanhã, chova ou faça sol, sigo pra Ilhabela.



(O Facebook é uma ferramenta sensacional. Postei no grupo do Cicloturismo Brasil minha viagem solo e rapidamente recebi alguns convites para pernoite pelo caminho, o chamado "Warm Showers".O mundo do cicloturismo é muito bacana!).


O dia primeiro de setembro amanheceu nublado, mas parece que não vai chover.


Com gratidão, despedi-me da querida amiga e parti com alegria para o sobe-e-desce da estrada até São Sebastião.


Travessia Maresias - São Sebastião: 32km.
Céu nublado, leve garoa em alguns momentos e paz, muita paz no coração...
















Às dez da manhã já vejo Ilhabela. Apesar do céu encoberto, há aberturas de sol.


Cheguei em São Sebastião às onze da manhã. Adoro esse lugar. 
Conforme havia planejado, passei na rodoviária para comprar a passagem de volta e aproveitei para almoçar num lugarzinho conhecido, no Centro Histórico.



Passei um tempo na cidade, conversando com as pessoas, que sempre se interessam quando encontram alguém viajando de bicicleta.




Como é bom estar na Ilhabela! Sério mesmo: quero morar lá.




Eram três da tarde quando comecei a pedalar pela deliciosa ciclovia da ilha. Comecei a procurar o endereço do Green Hostel, já que o Gabriel havia me oferecido hospedagem.
Mesmo não precisando, curti muito o lugar. Quem sabe numa próxima?
 
 
No inverno venta muito no canal, mas eu estava tão bem disposta que resolvi pedalar até a Praia do Sino e matar a saudade dessa ilha bela.


 

 
 
























Quando cheguei na casa dos amigos Cinthya e Lilo, no fim da tarde, eles me aguardavam de braços abertos...




O plano era usar o único dia inteiro na ilha para ir até o final do asfalto, ao sul. Era sábado.


Ilhabela, costa sul: 50km ida e volta

Rotatória de entrada na Ilha

Parei na praia do Julião para meditar sobre as tantas paisagens e alegrias que vivi nestes últimos dias e a palavra que me veio foi "empoderamento".


O vento continua, mas está bom e quente. Ao sul não tem ciclovia, mas como o número de ciclistas é grande, dá pra pedalar com certa tranquilidade, principalmente nesta época do ano.






As muitas subidas e descidas e a bike pesada deixaram os vinte e cinco quilômetros até o fim do asfalto muito cansativos!







Pico São Sebastião


Pensei em ir até a Cachoeira da Laje, mas tive receio em deixar a bicicleta sozinha. Desisti.
















 Chegando novamente no asfalto, entrei no primeiro restaurante pra comprar uma água e esperar a Cinthya, que vinha visitar uma amiga.


Restaurante Nova Iorqui



O Costão é lindo e a força do mar impressiona...












Deu tudo certo. Tudo o que me propus a fazer eu fiz.  A ida foi bem sofrida.
Sem freio a disco as descidas foram inseguras. E o peso da bike "pesou".


















Sem querer querendo, peguei o caminho de volta e às cinco da tarde, com vento forte e frio sentei-me num banco para olhar o mar e guardar na retina esse lugar. 


Cansaço, frio, nada disso importa: é aniversário de Ilhabela e tem show do Skank!
 

Chegou o fim da cicloviagem. Numa manhã agradável de domingo estou eu mais uma vez esperando a balsa que me leverá novamente à São Sebastião. Depois o ônibus da Viação Litorânea - uma empresa amiga dos ciclistas - me deixará em São Paulo e, do Terminal Tietê, embarco em outro ônibus para Americana. Simples assim.



 #CaminhosEmDuasRodas
 
 








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