Pedalar...

PEDALAR, CINEMA INTERATIVO 360°
A BICICLETA E OS QUATRO ELEMENTOS DA NATUREZA NOS CHAMANDO PARA A VIDA

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Americana-Ipeúna-Recreios do Corumbataí

"As trilhas do mundo são muitas, quase todas percorridas:
Seguimos atrás dos outros, até que a estrada se divide;
E uma trilha segue ao sol, segura; 
a outra é árida e sem luz.
Porém olhamos a trilha deserta e é ela que nos seduz."
Sir Ernest Shackleton.



Cicloturismo Regional


Dias 05, 06, 07 Janeiro 2011.



Temperatura alta. Umidade relativa do ar alta. Vontade de pedalar altissima.

Estreando alforges novos. 
Descobri que pedalar com alforges é uma delícia, a bike fica muito estável.

A princípio o roteiro seria Americana - Iracemápolis - Tanquinho - Ipeúna - Brotas - São Pedro - Charqueada - Americana.

Talvez por conta da UR alta, chegamos meio sem energia em Iracemápolis.



Ficamos esperando o sol baixar um pouco,  almoçamos, o Paulinho consertou a bike dele que quebrou o movimento central, mas as nuvens de chuva começaram a se acumular e nosso camping estava a mais de 30km de distância.
Seguimos em frente.

A poucos quilometros do nosso destino do primeiro dia, o tempo fechou e aceleramos o pedal.



Encontramos um bom lugar para acamparmos, no galpão de um criadouro de peixes ornamentais.
Foi sorte, porque choveu tempestade a noite toda.

O Rio Passa-Cinco, ali perto, que já estava cheio, transbordou, impedindo nosso retorno se fosse o caso.

As notícias sobre a tempestade nos obrigaram a mudar o roteiro, encurtando-o.
Resolvemos abortar a ida à Brotas e São Pedro e voltar por Charqueada.

Felizmente, o terreno naquela região é de arenito, que absorve a água mais facilmente e impede a formação de grandes lamaçais.
Mesmo assim, a pedalada do dia seguinte foi feita num terreno pesado.



A temperatura e a UR continuavam altas e o desgaste nos fazia consumir grandes quantidades de água.
À nossa frente, a Cuesta imponente!

Baixadas com atoleiros, que nos obrigavam a parar para limpar a relação; subidas longas e descidas técnicas ditavam o ritmo do pedal.

Saindo da trilha e entrando na rodovia em direção à Charqueada, pegamos duas descidas alucinantes!
A estabilidade dada pelos alforges fez a velocidade ainda maior.

O nome Charqueada deve-se ao fato da cidade ser rota dos tropeiros que alí paravam para se abastecer de charque, um tipo de carne que não se estraga facilmente, ideal para eles que percorriam grandes distâncias.

Almoçamos, descansamos e continuamos o pedal com destino ao pequeno bairro de Piracicaba chamado Recreios do Corumbataí. 

Alí, acampamos num ginásio esportivo e comemos uma excelente refeição preparada pelo Ricardo.
Sinto falta do suco verde de todas as manhãs. 

Muita coisa passa pela cabeça durante um cicloturismo, quando a gente pedala por essas estradas incríveis.
O cansaço, a hiperventilação, o sol que exaure...
A superação dos obstáculos físicos, o respeito pela natureza e por todos os seus ingredientes...
A covardia e a coragem; o medo; a vontade de desistir; a impressão que não vai dar certo; a paz que vem quando escolhemos seguir em frente apesar de todas as dificuldades.
O compartilhar, o dividir, o somar entre os participantes; as diferenças entre eles.
Tudo isso passou pela minha cabeça naquele ginásio de esportes.
Talvez o incerto, a dúvida de estar ou não em segurança na hora que a chuva chegar ou que a noite cair...
A decisão de seguir em frente me deixou feliz.
Rastafari!
Um chuvisqueiro caiu boa parte da noite e as trilhas de terra nos aguardavam.

Amanheceu bem nublado e com vento frio. Muito bom!

Paisagem lindíssima.
Um mar de cana.

Atravessamos a ponte sobre o Rio Corumbataí, e vimos que em muitos lugares suas margens estavam inundadas.



Estávamos indo em direção à Tanquinho novamente.

Era minha primeira vez por alí. Paulinho e Ricardo já conheciam, mas erramos o caminho e encontramos um outro bairro de Piracicaba, chamado Vila Nova, quase às margens da Rodovia Piracicaba-Rio Claro.


O Paulinho, grande navegador, visualizou um caminho por entre as fazendas de cana e assim prosseguimos, por estradas de terra vermelha, embarreadas.



E assim fomos desbravando aqueles caminhos desconhecidos até alcançarmos a Rodovia dos Bandeirantes.

O sol, nestas alturas, já estava inclemente.
Várias subidas longas e eu subindo todas! Muito forte estou!
Encontramos, por sorte, um grande laranjal e nos refrescamos com sua sombra e seus frutos.

Finalmente chegamos na rodovia que nos traria para casa.

Uma água de coco para repor as energias completou o pedal do ano novo.



Estes foram os números do meu Cateye Velo 8:

Distância percorrida: 165,87km
Média: 11,9 km/h
Calorias: 1.770
Tempo de pedal: 13h50m

Um comentário:

  1. ...não existe caminho errado nem certas opções...prefiro seguir em frente, sempre...

    ResponderExcluir